5 segundos

5,4,3,2,1 e a tua vida mudou para sempre. Alguém que se atravessa à tua frente e te faz cair, uma rua que vais a descer e escorregas, um carro que te faz despistar.

5,4,3,2,1, e a tua perspectiva sobre a vida e o que te rodeia mudou. Mesmo sem te afectar directamente, tudo te afecta. Tudo te atinge, certo que em diferentes proporções. Imagina que tens diversos escudos à tua volta e conforme a gravidade dos acontecimentos, os mesmos vão penetrando mais densamente esses mesmos escudos e provocam uma mudança menor ou maior no teu Eu. É claro que existem diversos factores e condicionantes para um acontecimento afectar-te em maior ou menor proporção.

5,4,3,2,1, e a tua perspectiva sobre o que importa e quem importa alterou-se para sempre.

Pick One

Fiz o quiz da moda. Aparentemente se eu fosse uma cidadã eleitora americana o candidato com o qual me identificaria mais seria Kucinich com 77 pontos. Ao que parece não existe qualquer ponto em que discorde do seu programa eleitoral. O segundo lugar foi para Gravel com 67 pontos e o terceiro para Obama com 43 pontos. Parece que discordamos em relação às sanções ao Irão e ao casamento homossexual.

Agora perguntam... quem é o Kuchinich?

Dennis Kuchinich pertence ao Partido Democrata e apresenta os seguintes 10 pontos como fulcrais na sua campanha:

1.Universal Health Care
2.International Cooperation: US out of Iraq, UN in
3.Jobs and Withdrawal from NAFTA and WTO
4.Repeal of the "Patriot Act"
5.Guaranteed Quality Education, Pre-K Through College
6.Full Social Security Benefits at Age 65
7.Right-to-Choose, Privacy and Civil Rights
8.Balance Between Workers and Corporations
9.Environmental Renewal and Clean Energy
10.Restored Rural Communities and Family Farms

Ok. Então eu votaria no senhor com o nome estranho e a mulher gira (google it).

A lucidez e a sua causa

É tarde. Tarde demais.

Não interessa a marca, o modelo, analógico ou digital. Não é preciso ver o tempo. Sinto-o passar.

No Sol que nasce e se põe, na voz das crianças que vai mudando, na música que ouço que muda de estilo, na conversa das pessoas no café, no que estranho que não estranhava...

Para lá da minha janela, tudo se desenrola. Vejo o tempo passar sem necessidade de o ver. Não tenho necessidade de o revelar.

Quantificá-lo é pensar no passado e no presente sem ti.

Um dia, sem saber como, esqueci-te. As tentativas de te visualizar apenas te afastam da minha memória. Perdem-se no tempo. A tua memória mantém-me perdido. E como gosto de me sentir vulnerável, fraco, desprotegido.

Assim, meu amor, só assim, mantenho a esperança que saibas de mim e me queiras de novo. Só assim, poderás ainda amar-me. Todos precisamos de sentir que fazemos falta a alguém. E tu fazes-me tanta falta.

Lembras-te de quando nos sentáva-mos nesta mesma janela e fazíamos a lista das compras para o dia a seguir? Líamos a lista dos cinemas inteira e apontávamos para um alietoriamente, onde íamos nesse mesmo dia à noite? Lembro-me do cheiro do teu cabelo depois do banho quando me perguntavas se gostava do teu novo amaciador.

Não me lembro de ti. Como fui capaz de te esquecer? Traí-me e à minha memória de ti. Procuro-te nos rostos das mulheres que passam por mim, procuro-te nas fotografias dos jornais locais, procuro-te nos gestos de outras mulheres que passaram por aqui.

Procuro-te no tempo. Mas como posso vê-lo? Não posso continuar a esquecer-te.

Leituras de Verão

Neste caso uma releitura:

"Amor Portátil" de Pedro Paixão.

Reler um livro anos mais tarde é voltar a abrir a arca da roupa na casa da nossa mãe. Lembramo-nos do sentido das coisas anteriormente e atribuímo-lhes um novo sentido agora.