segunda-feira, outubro 27, 2003

QUANDO TUDO O QUE QUERIA ERAS TU...

Fugi. Corri, corri e corri dali para fora.. Vieram atrás de mim mas já nada me preocupava amor. Ia ter contigo. Sabia que estavas à minha espera. Prometeste-mo lembras-te? Ainda me lembrava onde vives. Gravei-te em todos os movimentos, todos os gemidos, todas as dores, todo o prazer. Sabia bem onde era a nossa floresta encantada.
Ia por uma estrada fria, vazia e obscura. Pensava em ti, no jantar à minha espera porque sabia que sabias que ia ter contigo naquele dia. Já não te via há algum tempo, mas não precisávamos de nos ver amor, estávamos juntos sem o estarmos.
Escondia-me atrás de uns caixotes quando passava um carro com sirenes. Eles não sabiam onde ia, não te conheciam como eu te conheço amor. Eles não sabiam sequer de ti. Fizeste bem em não me ires ver... Mas naquele dia amor... naquele dia!...
Tinha entrado numa zona habitada. Passava por umas lojas e vi de relance uma televisão onde a minha fotografia aparecia. Continuavam à minha procura. Eu que nunca tinha feito mal a ninguém! Tu sabes isso não sabes amor?
Estava cada vez mais perto de ti. Já quase que sentia o teu calor, quase que sentia o teu abraço, quase que te ouvia dizer o meu nome.
tinha chegado. Eles estavam à minha espera. Sabiam de ti amor. Sempre souberam. Levaram-me outra vez. Desta vez fecharam-me muito tempo, não sei dizer quanto, num quarto onde não sabia se era noite ou dia.
Penso em ti amor. Em ti, em nós, nos teu gemidos, no teu rosto, na nossa floresta. Tu és a fada e eu o duende que te adoro.
Amanhã vou fugir de novo.

domingo, outubro 26, 2003

Já aqui tinha comentado o quanto o Diário de Notícias me vinha a desagradar, nomeadamente devido à sombra crescente de sensacionalismo, de tendencialismo, de artigos dúbios e outras coisas que tais.
Quando cheguei à última página do Público de hoje vi um título que me chamou a atenção: "Liberdade de Imprensa".
Ana Sá Lopes escreve sobre a nomeação do Ex- Assessor do MNE Martins da Cruz para o cargo de Director do Diário de Notícias. ASL diz que a liberdade de imprensa é também o exercício de dependência de poderes estatais...
Ora todos os jornalistas são supostos ser independentes de qualquer poder estatal para ser garantida a sua transparência. É certo que se sentirem reprimidos pela politica editorial do orgão da imprensa, os jornalistas, podem recusar trabalhos. Mas sejamos frontais... neste momento, com este mercado de trabalho quem iria recusar um trabalho por afectar a sua consciência sabendo que consciente ou inconscientemente sofreria pressões?
De uma maneira ou de outra o jornalista vai ser influenciado pela linha editorial do seu jornal e no caso do Diário de Notícias cada vez mais influenciado pelo poder estatal.
Apesar de não concordar com o exercicio de dependência da liberdade de imprensa (não consigo perceber como se pode ser dependente dentro da liberdade... dependente da liberdade é outra coisa) concordo com um ponto que a ASL refere: que a nomeação do Ex-Assessor (que por sua vez já tinha sido assessor de imprensa de Cavaco Silva) Fernando Lima vem confirmar a estratégia de Estatização do DN.
O Abrupto tem também uns apontamentos sobre esta mesma matéria. Resumidamente JPP insurge-se contra esta nomeação comentando a nacionalização indirecta de um orgão de comunicação social.
Concordo quando diz que o maior atentado à liberdade de imprensa foi a compra da Lusomundo pela PT, mas há outros atentados que tais como o manter da posição do Estado sobre a RTP.
Deuses! Tanto que mudar para podermos falar de isenção e liberdade de imprensa na sua génese!
postas de bacalhau sonoro estrangeiro

hummm... tá aqui a passar uma música na rádio que é de fazer inveja a qualquer um dos nossos cantores pimbas!
ora diz assim a cançonete:
"I don't need you to suck my dick cause i'm already pleased
(...)
big gay heart...
please don't break my big gay heart!"

Emanuel volta!!! pimba pimba no toutiço!
pumba tumba e catrapumba!!............ $%&#$& que o teclado caiu!!!

depois de dois dias sem teclado porque o outro resolveu fazer queda livre e não piou mais do alto do seu poleiro, voltei à blogosfera.

quinta-feira, outubro 23, 2003

Lembram-se de há uns tempos atrás eu ter escrito um post sobre as galerias romanas da rua da prata e ter dito que quando tivesse fotografias as punha aqui??
pois ja tenho!


terça-feira, outubro 21, 2003

peço desculpa à audiência mas de vez em quando tenho de escrever coisas destas! ;)
já tenho aí outras coisas escritas mas queria aprofundá-las mais e lançá-las na altura certa. por isso... "me aguardem vai!"
O segredo de justiça morreu de vergonha

O segredo de justiça (essa coisa antes minimamente respeitada) de tão badalado que é agora, resolveu morrer. Ninguém se preocupa se é suposto ou não ser respeitado e se isso iria ou não afectar alguém. Imaginem o que era se um jornalista resolvesse revelar o nome de uma fonte que lhe tinha pedido o anonimato? Imaginemos que qualquer jornalista resolvia revelar a verdadeira identidade do andré? (o rapazote [como quem diz] da casa pia)? Que consequência é que isso traria para essa testemunha?
Imaginemos que um padre quebrava o segredo de confissão e contava tudo o que lhe apetecia? Quantas pessoas saíriam lesadas?
Imaginemos que um médico contava todo o historial cliníco de um paciente que por acaso era do governo e tinha apanhado algumas doenças venéreas?
Penso que no caso do segredo de justiça a revelação de escutas telefónicas à comunicação social só pode vir de um lado: do ministério público. Agora resta perguntar quem teria interesse de revelar estas escutas e porque não revelou tudo logo no início resolvendo faze-lo às prestações. Se um organismo do estado demonstra total desrespeito por algo sagrado em democracia como o segredo de justiçapara se vingar por uma decisão de um juiz que não teria gostado está a agir pior do que o visado nas escutas.
Não estou a desculpar ninguém. Antes pelo contrário. A culpabilizar todos.
Concordo com o P.R quando diz que não faz sentido que as coisas que realmente afectam a vida dos portugueses estejam a ser deixadas para trás enquanto se assiste a esta novela.
e é claro que numa novela tinha de morrer alguém certo? Nesta novela morreu o segredo de justiça. E de vergonha!!

sábado, outubro 18, 2003

(segundo a moda dos novos comentadores da Sic) Estou Espantada

Alguém viu a primeira página do DN de hoje?
O que é que me interessa saber se o Corte Inglés vai abrir em Oeiras?? isso vai influenciar a vida de um país inteiro para sair na primeira página de um jornal de distribuição nacional?
Será que com mais de 125 anos de experiência não conseguem fazer melhor do que isto?
Este é exemplo de como a força da rentabilidade económica transforma qualidade em banalidade.
Já a estória do Rui Teixeira Super-Homem me tinha deixado com água no bico.
Vou passar a ler O Público na esperança que algo mude não só o cheiro.

sexta-feira, outubro 17, 2003




Saberás dizer tudo aquilo que eu sinto
Saberás amar tudo aquilo que eu amo
Saberás apreciar a espuma do mar enquanto voas livre
Estarei a teu lado
serei o vento que te suporta
a brisa que te relaxa
e saberás que somos para sempre

quinta-feira, outubro 16, 2003

Decidi escrever hoje sobre as minhas impressões de uma cidade já distanciada no tempo e assim riscar um ponto da minha agenda de assuntos a escrever.


Impressões

Roma é luz, é movimento, é vida. Quem entra em Roma entra num corropio de gente saudável que vai passando pela tua frente e vai ficando na tua memória. Roma é afável, é história em cada pedra que pisas, em cada movimento que fazes, em cada vista que avistas.
Roma é o Campo dei Fiori recheado de gente à noite, é ir buscar um moscato ao bar e sentares-te numa fonte renascentista a saboreares o momento, o ambiente, as pessoas, a vida. Roma é as janelas de persianas em todos os prédios, é Trastevere e beber caffe fredo à noite. Roma é arte, cultura, história e contemporaneadade em qualquer momento. Roma é o Molo e os doritos é blue laggons, é o cantar o hino de Portugal às 4 da madrugada no meio da rua a chover cântaros. Roma é o mercado de Trastevere onde encontras pedaços da vida de pessoas que desapareceram há muito, mas permanecem nos seus pertences. Roma é negócio religioso. Roma é molhar os pés na Fontana di Trevi e apanhar uma micose, é pedir um desejo e atirar um cêntimo para trás das costas, é as motas que correm como formigas em direcção a casa, é o não conseguir que um carro pare e te deixe passar na passadeira. Roma é a cidade dos parques e jardins para onde levas uma manta que estendes na relva e onde passas uma tarde inteira a ler um livro e comer um gelado. Roma é desprendimento. É beberes o Capuccino mais saboroso do mundo quando estás encharcado até aos ossos, é comeres flores de courgettes, são japoneses de máquinas fotográficas. É a cidade da religião e da hipocrisia religiosa.
Roma são lendas, mitos e tantas realidades da cidade dos gatos, das flores, da história e do deslumbramento.


quarta-feira, outubro 15, 2003

de banda...

Devo dizer que acho piada às pessoas que andam na rua de cabeça inclinada para que o cabelo não vá para a frente dos olhos. São giras! Têm estilo!
E além disso estão a contribuir para o desenvolvimento do país! é que mais dia menos dia abre uma nova licenciatura: Torcicologia!
Imaginem a conversa entre duas pessoas de cabeça à banda:
- então tás bom?
- e pá! tou! Beeeeeemmmmm! noutro dia fui a um torcicólogo maravilhoso! tirou-me logo as dores todas! agora já posso andar com a cabeça inclinada à vontade!!!
- Ai foi??? tens de me dar o numero pá! o meu é fixe mas é um bocado caro e eu preciso de ir lá todas as semanas!!

Assim se percebe a importância de pequenos gestos e como podem contribuir para a diminuição do desemprego! de certeza que o governo adora estas pessoas!
Além disso as filhas de ministros, que por falta de despachos ministeriais não entrem para medicina, podem sempre optar por estudar torcicologia no Estrangeiro (porque a moda vai pegar)! É muito mais fino sei lá!

terça-feira, outubro 14, 2003

Ora devo dizer que comecei muito bem os meus 24 anos então nao foi?
Tou com uma virose, a noite passada vomitei 6 vezes, coisa que me fez ficar com sinais de sangue nos olhos e na testa.
Parece que levei um murro em cada olho!
Acho que não podia começar melhor!...

quinta-feira, outubro 09, 2003

Exactamente daqui a uma hora e 17 minutos faço 24 anos e, simultaneamente, 4 anos de namoro.
"Como é que te sentes?" - perguntou a Marta - "Não sei, ainda não fiz nenhum dos dois"!
Mas na antevisão da data devo dizer que a parte dos 24 anos não me entusiasma muito porque (bolas!) para o ano já faço 25!! (sofro por antecipação). Quanto à parte dos 4 anos... sinto-me excepcionalmente bem por pensar nisso, na pessoa e no tipo de relacionamento.

segunda-feira, outubro 06, 2003



recebi um e-mail com este texto e quis transcrevê-lo.


CONVERSA ENTRE PAI E FILHO, ANTES DO ADORMECER,
NUMA CIDADE NORTE-AMERICANA


Filho: Paizinho, porque é que tivemos que atacar o Iraque?
Pai: Porque eles tinham armas de destruição em massa, filho.

F: Mas os inspectores não encontraram nenhumas armas de destruição em massa.
P: Isso é porque os iraquianos as esconderam.

F: E porque é que nós invadimos o Iraque?
P: Bom, as invasões funcionam sempre melhor que as inspecções.

F: Mas depois de os termos invadido, AINDA não encontrámos nenhumas armas, pois não?
P: Isso é porque as armas estão muito bem escondidas. Mas deixa lá, haveremos de encontrar alguma coisa, provavelmente antes mesmo das próximas eleições.

F: Para que é que o Iraque queria todas aquelas armas de destruição
em massa?
P: Para as usar numa guerra, claro.

F: Estou confuso. Se eles tinham todas aquelas armas e planeavam usá-las numa guerra, então porque é que não usaram nenhuma quando os atacámos?
P: Bem, obviamente não queriam que ninguém soubesse que eles tinham aquelas armas, por isso eles escolheram morrer aos milhares em vez de se defenderem.

F: Isso não faz sentido, paizinho. Porque é que eles haveriam de escolher morrer se tinham todas aquelas armas poderosas para lutar contra nós?
P: É uma cultura diferente. Não é suposto fazer sentido.

F: Não sei o que é que tu achas, paizinho, mas não me parece que eles tivessem quaisquer daquelas armas que o nosso governo dizia que eles tinham.
P: Bom, sabes, não interessa se eles tinham ou não aquelas armas. De qualquer modo nós tínhamos outra boa razão para os invadir.

F: E qual era?
P: Mesmo que o Iraque não tivesse armas de destruição em massa, Saddam Hussein era um cruel ditador, o que é outra boa razão para invadir outro país.

F: Porquê? O que é que um ditador cruel faz para que seja correcto invadir o seu país?
P: Bom, pelo menos uma coisa, ele torturava o seu próprio povo.

F: Assim como fazem na China?
P: Não compares a China com o Iraque. A China é um bom parceiro económico, onde milhões de pessoas trabalham por salários de miséria, em condições miseráveis, para tornar as empresas norte-americanas mais ricas.

F: Então, se um país deixa que o seu povo seja explorado para o lucro das empresas americanas, é um bom país, mesmo se esse país tortura o povo?
P: Certo.

F: Porque é que o povo no Iraque era torturado?
P: Por crimes políticos, principalmente, tais como criticar o governo. As pessoas que criticavam o governo no Iraque eram presas e torturadas.

F: Não é isso exactamente o que acontece na China?
P: Já te disse, a China é diferente.

F: Qual é a diferença entre a China e o Iraque?
P: Bom, pelo menos uma coisa, o Iraque era governado pelo partido Baas enquanto que a China é comunista.

F: Não me tinhas dito uma vez que os comunistas eram maus?
P: Não; só os comunistas cubanos são maus.

F: Porque é que os comunistas cubanos são maus?
P: Bom, pelo menos uma coisa, as pessoas que criticam o governo em Cuba são presas e torturadas.

F: Como no Iraque?
P: Exactamente.

F: E como na China, também?
P: Já te disse, a China é um bom parceiro económico. Cuba, por outro lado, não é.

F: Porque é que Cuba não é um bom parceiro económico?
P: Bem, é assim, no princípio dos anos 60, o nosso governo fez umas leis que tornaram ilegal que os norte-americanos tivessem trocas comerciais ou outros negócios com Cuba, até que eles deixassem de ser comunistas e começassem a ser capitalistas como nós.

F: Mas se nós acabássemos com essas leis, abríssemos o comércio com Cuba, e começássemos a fazer negócios com eles, isso não ajudaria os cubanos a tornarem-se capitalistas?
P: Não te armes em chico-esperto.

F: Eu acho que não sou.
P: Bom, de qualquer modo, também não há liberdade de religião em Cuba.

F: Assim como na China, com o movimento Falun Gong?
P: Já te disse, deixa-te de dizer mal da China. De qualquer maneira, Saddam Hussein chegou ao poder através de um golpe militar, por isso ele não era realmente um líder legítimo.

F: O que é um golpe militar, paizinho?
P: É quando um general toma conta do governo de um país pela força, em vez de eleições livres como nós temos nos Estados Unidos.

F: O líder do Paquistão não chegou ao poder através de um golpe militar?
P: Referes-te ao General Pervez Musharraf? Uhm, ah, sim, foi; mas o Paquistão é nosso amigo.

F: Como é que o Paquistão é nosso amigo se o seu líder é ilegítimo?
P: Eu nunca disse que Pervez Musharraf era ilegítimo.

F: Não acabaste de dizer que um general que chega ao poder pela força,derrubando o governo legítimo de uma nação, é um líder ilegítimo?
P: Só Saddam Hussein. Pervez Musharraf é nosso amigo, porque ele nos ajudou a invadir o Afeganistão.

F: Porque é que nós invadimos o Afeganistão?
P: Por causa do que eles nos fizeram no 11 de Setembro.

F: O que é que o Afeganistão nos fez no 11 de Setembro?
P: Bem, em 11 de Setembro de 2001, dezanove homens, quinze dos quais da Arábia Saudita, desviaram quatro aviões e lançaram três contra edifícios, matando mais de 3000 norte-americanos.

F: Então, onde é que o Afeganistão entra nisso tudo?
P: O Afeganistão foi onde esses homens maus foram treinados, sob o regime opressivo dos Taliban.

F: Os Taliban não são aqueles maus radicais islâmicos que cortam as cabeças e as mãos das pessoas?
P: Sim, são esses exactamente. Não só cortavam as cabeças e as mãos das pessoas, como também oprimiam as mulheres.

F: Mas o governo de Bush não deu aos Taliban 43 milhões de dólares em Maio de 2001?
P: Sim, mas esse dinheiro foi uma recompensa porque eles fizeram um bom trabalho na luta contra as drogas.

F: Na luta contra as drogas?
P: Sim, os Taliban ajudaram muito, para obrigar as pessoas a deixarem de cultivar papoilas de ópio.

F: Como é que eles fizeram tão bom trabalho?
P: É simples. Se as pessoas fossem apanhadas a cultivar papoilas de ópio, os Taliban cortavam-lhes as mãos e as cabeças.

F: Então, quando os Taliban cortavam as cabeças e as mãos das pessoas que cultivavam flores, isso estava certo, mas não se eles cortavam as cabeças e as mãos por outras razões?
P: Sim. Nós achamos bem se os radicais fundamentalistas islâmicos cortam as mãos das pessoas por cultivarem flores, mas achamos cruel que eles cortem as mãos das pessoas por roubar pão.

F: Mas na Arábia Saudita eles não cortam também as mãos e as cabeças das pessoas?
P: Isso é diferente. O Afeganistão era governado por um patriarcado tirânico que oprimia as mulheres e as obrigava a usar burqas sempre que elas estivessem em público, e as que não cumprissem eram condenadas à morte por apedrejamento.

F: Mas as mulheres na Arábia Saudita não têm também que usar burqas em público?
P: Não, as mulheres sauditas simplesmente usam uma vestimenta islâmica tradicional.

F: Qual é a diferença?
P: A vestimenta islâmica tradicional usada pelas mulheres sauditas é uma roupa modesta mas em moda que cobre todo o corpo da mulher excepto os olhos e os dedos. A burqa das afegãs, por outro lado, é um instrumento maligno da opressão patriarcal que cobre todo o corpo da mulher excepto os olhos e os dedos.

F: Parece-me a mesma coisa com um nome diferente.
P: Bom, não vais agora comparar o Afeganistão com a Arábia Saudita. Os sauditas são nossos amigos.

F: Mas parece-me que disseste que 15 dos 19 piratas do ar do 11 de Setembro eram da Arábia Saudita.
P: Sim, mas foram treinados no Afeganistão.

F: Quem é que os treinou?
P: Um homem muito mau, chamado Osama bin Laden.

F: Ele era do Afeganistão?
P: Aahh, não, ele era também da Arábia Saudita. Mas era um homem mau, um homem muito mau.

F: Se bem me lembro, ele já tinha sido nosso amigo.
P: Só quando nós o ajudámos e aos mujahadin a repelir a invasão soviética do Afeganistão nos anos 80.

F: Quem são os soviéticos? Não era o Império do Mal, comunista, que o Ronald Reagan falava?
P: Já não há soviéticos. A União Soviética acabou em 1990, ou mais ou menos, e agora eles têm eleições e capitalismo como nós. Agora chamamo-lhes russos.

F: Então os soviéticos, quero dizer, os russos, agora são nossos amigos?
P: Bem, não efectivamente. Sabes, eles foram nossos amigos durante uns anos quando deixaram de ser soviéticos, mas depois decidiram não nos apoiar na invasão do Iraque, por isso agora estamos aborrecidos com eles. Também estamos aborrecidos com os franceses e os alemães porque eles também não nos ajudaram a invadir o Iraque.

F: Então os franceses e os alemães também são maus?
P: Não completamente, mas suficientemente maus para termos mudado o nome das French Fries (batatas fritas) e das French Toasts para Freedom Fries (batatas da liberdade) e Freedom Toasts.

F: Nós mudamos sempre os nomes à comida quando outro país não faz o que nós queremos?
P: Não, isso é só com os nossos amigos. Os inimigos, invadimo-los.

F: Mas o Iraque não foi um dos nossos amigos nos anos 80?
P: Bem, sim. Durante algum tempo.

F: Saddam Hussein não era então o líder do Iraque?
P: Sim, mas nessa altura ele estava em guerra contra o Irão, o que fez dele nosso amigo, temporariamente.

F: Porque é que isso fez dele nosso amigo?
P: Porque nessa altura o Irão era nosso inimigo.

F: Isso não foi quando ele lançou gás contra os curdos?
P: Sim, mas como ele estava em guerra contra o Irão, nós olhámos para o lado, para lhe mostrar que éramos seus amigos.

F: Então, quem lutar contra um dos nossos inimigos torna-se automaticamente nosso amigo?
P: A maior parte das vezes sim.

F: E quando alguém luta contra um dos nossos amigos torna-se automaticamente nosso inimigo?
P: Às vezes isso é verdade, também. Porém, se as empresas americanas poderem lucrar vendendo armas a ambos os lados ao mesmo tempo, tanto melhor.

F: Porquê?
P: Porque a guerra é boa para a economia, o que significa que a guerra é boa para a América. Além disso, visto que Deus está do lado da América, quem se opõe à
guerra é um ateu, anti-americano, comunista.
Percebes agora porque é que atacámos o Iraque?

F: Acho que sim. Nós atacámos porque era a vontade de Deus, certo?
P: Sim.

F: Mas como é que nós sabíamos que Deus queria que atacássemos o Iraque?
P: Bem, estás a ver, Deus fala pessoalmente com George W.Bush e diz-lhe o que deve fazer.

F: Então, basicamente, estás a dizer que atacámos o Iraque porque George W. Bush ouve vozes na cabeça?
P: Sim! Finalmente percebes como o mundo funciona. Agora fecha os olhos, aconchega-te e dorme. Boa noite.

F: Boa noite, paizinho.

sexta-feira, outubro 03, 2003

Harmonia japonesa


Apercebi-me hoje de que a filosofia Feng Shui não se aplica ao meu espaço (quarto, escritório, recanto, ninho... whatever!).
Ao ler uma revista de decoração (o pessoal tá a pensar em fazer mudanças, nem que seja só daqui a um ano) saltou-me à vista que um dos ditames do Feng Shui é ter os papéis arrumados e... não consigo! Juro! já tentei! mesmo ultimamente quando acabei de fazer as já famosas limpezas de verão, tinha todos os papéis (minimamente) arrumadinhos, mas uma semana depois já tenho outra vez papéis em cima do scanner, papéis ao lado do teclado, papéis por debaixo da impressora... etc.
Ok.. confesso, gosto de tomar nota de montes de coisas para fazer, para ver, para ler, para telefonar, para aprofundar... e muitas delas não as chego a fazer mas penso: "fica aqui para um dia que tenha oportunidade". Só que raramente esse dia chega e assim vão ficando papéis e mais papelinhos em sitios estratégicos do móvel do computador.
Mas não é só isto! é que uma outra coisa que o feng shui diz é que a secretária e a cadeira não devem ficar de costas para a janela! ok... a minha cadeira e o móvel estão exactamente de costas para a janela! (confesso que isto também não gosto muito visto que não dá muito jeito quando tenho de tratar imagens no pc, mas combati a questão com cortinados de algodão grosso que filtram bastante a luz tornando-a suave).
ah! o Feng shui também sugere que o mobiliário não forme linhas rectas ao longo da parede. Ora alguém me explica como é que eu sou capaz de fazer isso com um guarda-vestidos quadrado, um móvel rectangular e uma escrivaninha (que por sinal detesto mas que ainda vai dando jeito para guardar camisolas) também ela quadrada???
Ok já me apercebi que aplicar feng shui ao meu quarto não me vai trazer harmonia nenhuma!
O que me traz harmonia é eu sentir-me bem, e isso sinto! Por isso... japoneses apliquem as vossas filosofias em quartos mais espaçosos em que se possa fazer aquilo que dizem!
Nem todos moramos num palácio!

quinta-feira, outubro 02, 2003




palavras que soltam os sonhos

Por vezes toco-me para me certificar da minha existência. Existo e de cada vez cada vez que me toco descubro uma sensação diferente. É como se cada célula do meu corpo tivesse uma função própria. Vou assistindo à minha mutação. Esporadicamente reparo que assisto à mutação do meu espírito. Liberta-se nestas palavras pobres e precárias de quem necessita de escrever para se expressar e soltar as suas frustrações.
Frustrações? Muito subjectivo. São mais desejos que não passam disso. Mas sinto-me livre por desejar e sonhar! É por isso que estas palavras são um estado de espírito. E sou livre, e sorrio!

quarta-feira, outubro 01, 2003



ok... a função de comentários voltou!
infelizmente mas não foi possível recuperar os comentários anteriores!
desculpem!
Lamento mas tive de retirar a função de comentários porque o servidor onde estavam alojados tem um bug.
Vou ver de um novo serviço de comentários...