sábado, setembro 08, 2007

O Sr. Pavão e as Cócós

Caro Sr. Pavão

Escrevo-lhe esta carta para o avisar que exactamente daqui a três dias, 22 horas e 35 minutos deixarei de visitar a sua mercearia. Apesar da sua fruta ser fresca, penso que não é a única coisa fresca que tem para oferecer.

Não me refiro aos ovos, ou ao pão, mas sim às suas palavras para comigo, senhora respeitada na Rua da Aurora e Bairro da Perna Seca inteiro.

Apesar de nunca ter feito nada para suscitar os seus "avanços" para com a minha pessoa, continuou a insistir que os meus melões eram maiores que os seus, que eu também tinha boa fruta para vender, e que a minha carne não era nada fraca ao contrário da sua.

Sempre vivi uma vida pacata, e ordeira fora da boca da vizinhança e não consigo perceber as suas piadas para comigo. A melhor maneira de o controlar será você perder uma cliente.

Respeite a minha integridade, bem com a minha decisão de forma a que possamos conviver saudavelmente. Se tal não acontecer vejo-me forçada, num primeiro nível a fazer chegar notícias dos seus atrevimentos ao meu marido que concerteza terá uma atitude menos diplomática do que minha.

Atenciosamente,

Maria Adelina

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